segunda-feira, junho 11, 2007

Era tudo tão Perfeito...

Era tudo tão perfeito…
Sim, eu estive lá, contigo. Ajudei a construir aquele mundo perfeito de que sinto falta. Dei o meu pedacinho de felicidade, pintei um pouco daquele céu azul, brilhante, daquela paisagem perfeita. Sim, eu fiz parte daquele conto de fadas e varinhas de condão. Agora, todos aqueles momentos parecem ilusões, retiradas do mais bonito e perfeito dos sonhos. Extraídas do mais belo dos sorrisos, como aqueles que tantas vezes esbocei.
Não, nunca tive a noção do final de tudo. A felicidade ensurdeceu-me.
Não fui capaz de ouvir os recados a meia voz, palavras sussurradas, os mal disfarçados assobios. Sabia que era feliz. Absurdamente, pateticamente, completamente feliz. Sentia a felicidade sair-me pelos poros, a escorrer-me pela pele.
E agora, penso e repenso em todas as minhas atitudes e gestos, e sei que nada poderia ter sido diferente. Nada poderia ter sido alterado.
Recordo-me de todas as vezes que estivemos juntos, dos fins de tarde, do sol a pôr-se no mar. Das nossas conversas sem fim. Porque houve algo que nunca me abandonou: as lembranças. Ficaram as recordações de tantos sorrisos, tantos olhares, tantas gargalhadas. Ficou a lágrima ao canto do olho, ficou o olhar brilhante de tantos e tantos momentos.
Deparo-me a ouvir os primeiros acordes daquelas canções que significaram tanto para nós, e olho o céu. Vejo as formas desvanecerem, tornarem-se baças, confusas. Não as distingo mais. Agora são apenas cores difundidas no alcance do meu olhar. Deixo de ver, de tocar. Apenas ouço e sinto. Deixo-me levar na imensidão de sentimentos que vêm com todas as nossas músicas que já sei de cor. Porque já não preciso de as ouvir. Nem de as cantar. Agora só me basta senti-las. Cada uma significa um momento único e especial que passámos, e cada nota tornou-se simplesmente inesquecível.
Perco-me no infinito. Nele revejo milhares de momentos, de sorrisos, de olhares. E revivo tudo. Como da primeira vez. Foge-me a consciência, a mente. Agora sou só eu e as nossas recordações. Brilhantemente espelhadas nas estrelas. Sim, estava feliz. Estupidamente, ridiculamente, completamente feliz. Volto a mim. Desejo arrancar aquele brilho e trazê-lo para o presente.
As lágrimas correm, de saudade, de toneladas de recordações, querendo desesperadamente sair. Relembrando tudo, magicamente, sinto os problemas a voar para longe. E sinto-me vaguear por entre as nuvens do paraíso, num lugar onde nada, nem ninguém pode roubar-me a paz. Sinto-me leve, flutuante, feliz.
Era ontem… Era ontem que sorriamos com vontade, era ontem que os olhares eram sinceros, as palavras verdadeiras. No fundo foi “ontem” que nunca esquecerei.
E daqui a uns anos, 10, 20 anos, quando passar pelos mesmos lugares, vou sentir a típica lágrima no olho, e as recordações a virem, em catadupa, fazendo-me lembrar o quão feliz fui contigo e todos aqueles momentos que não há como esquecer. As lágrimas são inevitáveis. E se até os anjos choram, as pessoas vulgares fazem-no muito mais. E tu foste aquele anjo….aquele anjo que me ensinou que a saudade é quando o momento tenta fugir da lembrança para acontecer de novo e não consegue.
Ás vezes é tudo tão difícil…porquê? Adoro recordar-me de tudo, com todos os pormenores, mas dói tanto saber que tudo mudou. Queria ter o dom de poder esconder as minhas memórias, mas não. Elas estão sempre aqui, vão comigo para onde quer que vá. E continuam a fazer derramar as tais lágrimas de saudade que teimam em cair. Porque é que não secam de vez?
A vida é incolor, insípida, cinzenta. Perdeu o seu tom azul, feliz, que estava sempre em todos os olhares, em todos os sorrisos. Até as reticências nas frases das palavras bonitas que tanto gostava de repetir, evaporaram. E nada melhor que o ponto final para terminar aquilo que já não tem mais volta, para encerrar um capitulo de felicidade.
Porque era tudo tão mágico, tudo tão perfeito! A vida tinha outras cores, outros sabores, outros sentidos. Tudo era razão para sorrir.
Porque as coisas nem sempre correm como gostaríamos, porque há amores que não duram para sempre e porque o tempo não pode voltar para traz. Mas o que foi realmente feliz, será sempre inesquecível. Ficará eternamente marcado como uma história que nunca acaba.
E para ser feliz, não é preciso voltar ao passado, basta arranjar uma escada para o céu e seguir em frente.

9 comentários:

Anónimo disse...
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Anónimo disse...
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Anónimo disse...

Confesso que me parte o coração saber que estás a sofrer contudo não posso deixar de esboçar um sorriso por ter uma réstia de esperança de que um dia olhes para mim de outra forma. És e continuas a ser a dona do meu coração ;)
Um beijo cheio de amor do Antonio

Anónimo disse...
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Daniel Aladiah disse...

Querida Loirinha
Tanto anónimo!...
Sentes o habitual, que vem dos primórdios da vida e fica sempre como marca chorosa no nosso coração. Sabe bem até termos quemnos preencha de uma forma que todas as recordações passam a ser só isso: recordações sem dor, mas impregnadas de nostalgia um pouco adolescente, digo eu...
Estou por aí...
Um beijo
Daniel

Anónimo disse...
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Anónimo disse...

tstststststs
Dá Deus nozes a quem não tem dentes.
E agora será que já te posso voltar a convidar para jantar comigo?
Prometo voltar a fazer-te sorrir
Adoro-te fofinha

Anónimo disse...
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Anónimo disse...
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